Arquitetura de Acesso Remoto Centrada em Confiança: Integrando Negócio, SASE/SSE e Modelos de Implantação

A rápida evolução dos modelos de trabalho distribuído e a adoção massiva de infraestruturas cloud-native demandaram uma reestruturação nas arquiteturas de acesso remoto. O paradigma tradicional, baseado na segurança de perímetro, demonstrou ser insuficiente para combater ameaças modernas, levando à consolidação do conceito de Zero Trust (Confiança Zero). Para arquitetos de rede, a construção de um acesso remoto resiliente e seguro exige uma compreensão dos objetivos de negócio, a fim de alinhar as capacidades técnicas dos modelos Secure Access Service Edge (SASE), SD-WAN e Security Service Edge (SSE) com as estratégias de implantação Greenfield e Brownfield.

Identificação de Fluxos de Trabalho Corporativos

A arquitetura Zero Trust permite definir a confiança necessária para que usuários e dispositivos acessem diferentes aplicações, utilizando os princípios de Zero Trust (que demanda uma estratégia bem definida no acesso aos recursos computacionais seja local ou em cloud). Em sua fase de implementação para o acesso remoto as aplicações, é necessário converter esses conceitos em fluxos de trabalho de negócios.

  • Colaborador local utilizando um dispositivo confiável para acessar uma aplicação privada no data center local.
  • Colaborador local utilizando um dispositivo confiável para acessar uma aplicação privada na nuvem ou SaaS.
  • Prestador de serviço local (terceiro) utilizando um dispositivo não confiável para acessar aplicações privadas.
  • Visitantes locais com acesso não confiável utilizando apenas a Internet.
  • Colaboradores remotos utilizando dispositivos confiáveis para acessar aplicações privadas no data center.
  • Colaboradores remotos utilizando dispositivos confiáveis para acessar aplicações em SaaS.

A Relação Causal entre Estratégia de Negócio e Arquitetura de Acesso

A formulação de uma arquitetura de acesso remoto eficaz transcende a mera seleção de produtos; ela deve ser holisticamente guiada pelos pilares de Pessoas, Processos e Tecnologia. O objetivo principal é garantir o acesso apenas necessário (least-privilege access) para um dado serviço.

Do ponto de vista estratégico, a arquitetura deve inicialmente estabelecer um nível dinâmico de confiança para os solicitantes de acesso. Isso requer:

  1. Definição de Confiança do Usuário: Envolve a autenticação contínua da identidade, que se apoia em técnicas robustas de verificação, como a autenticação multifator (MFA). A estratégia de Zero Trust exige a Verificação Explícita (Explicit Verification), onde nenhuma entidade é automaticamente confiada.
  2. Definição de Confiança do Dispositivo: Implica assegurar que um dispositivo esteja em um estado saudável (healthy state) e autorizado.

A partir da verificação bem-sucedida, as políticas de acesso são definidas com base no princípio de acesso de privilégio mínimo, frequentemente incorporando conceitos de Just-in-Time (JIT) e Just-Enough Access (JEA), limitando o acesso a recursos críticos apenas quando estritamente necessário.

SASE e SSE: A Convergência de Rede e Segurança

A complexidade crescente da rede, impulsionada pelo uso de multinuvem e trabalho remoto, estimulou o desenvolvimento de modelos unificados.

O SASE (Secure Access Service Edge) é uma estrutura de segurança baseada em nuvem que integra serviços de rede, como Software-Defined Wide Area Network (SD-WAN), com serviços de segurança, incluindo firewalls e controle de acesso baseado em identidade e o SSE. O SASE visa simplificar a entrega de serviços de rede e segurança a todos os endpoints, independentemente de sua localização geográfica.

O SSE (Security Service Edge) é um subconjunto fundamental do SASE, focando estritamente nos componentes de segurança, abstraindo a funcionalidade de conectividade da WAN. Os principais componentes do SSE incluem Secure Web Gateway (SWG), Cloud Access Security Broker (CASB) e o acesso remoto, que é tipicamente implementado via Zero Trust Network Access (ZTNA). O SSE tornou-se o método mais adotado pelo mercado para a implementação de arquiteturas Zero Trust  devido à sua simplicidade e flexibilidade nativas da nuvem, garantindo a verificação contínua da segurança, mesmo para acesso remoto a aplicações SaaS.

O SSE oferece suporte direto para diversos casos de uso de acesso remoto, incluindo:

  1. ZTNA Baseado em Cliente ( Client-Based ): Projetado para dispositivos corporativos gerenciados , requer a instalação de um módulo ZTA no endpoint . Este módulo intercepta e direciona o tráfego para a corretora SSE na nuvem, garantindo que a postura do dispositivo seja constantemente avaliada antes de conceder acesso a aplicações privadas.
  2. ZTNA Sem Cliente (Clientless): Utilizado para dispositivos não gerenciados (como parceiros ou convidados). O acesso é realizado via navegador (browser-based), onde o SSE atua como um reverse proxy após autenticação e autorização, eliminando a necessidade de clientes VPN tradicionais.
  3. ZTNA Baseado em VPN (VPN-Based): Permite a migração de concentradores VPN legados para a nuvem SSE, mantendo a conectividade VPN obrigatória, enquanto aplica cadeias de serviços de segurança e políticas de dados consistentes.

Em um modelo ZTNA, o acesso a aplicativos e recursos é fornecido com base na verificação rigorosa da postura do dispositivo e de outros fatores contextuais, independentemente da localização do usuário ou da conexão de rede.

Estratégias de Implementação ZTNA em Greenfield e Brownfield

A adoção do ZTNA através do SSE requer estratégias distintas, dependendo do estágio de maturidade da infraestrutura existente.

1. Implementação Greenfield (Início do Zero)

Em um ambiente Greenfield, a infraestrutura é construída do zero, permitindo uma implementação limpa e alinhada com o princípio Assume Breach. A estratégia se concentra em integrar a filosofia Zero Trust em todas as fases do ciclo de vida da rede.

A abordagem técnica envolve as seguintes etapas sequenciais:

  • Definição de Objetivos: Formular uma visão clara de ZT, garantindo o alinhamento com os objetivos de negócio (e.g., fortalecimento da segurança e conformidade) e obtendo o apoio executivo necessário.
  • Definição do Roteiro (Roadmap): Desenvolver um plano abrangente que delineie marcos, cronogramas e o orçamento essencial para tecnologia e treinamento.
  • Desenvolvimento da Arquitetura e Projeto: Criar uma arquitetura de alto nível que incorpore nativamente a segmentação e a gestão de identidade (IAM). Isso inclui o desenho do layout de rede, estabelecendo zonas para diferentes tipos de ativos e dados, sendo a macrosegmentação a separação inicial e a microsegmentação (baseada em identidades ou SGTs) a base para o controle granular entre segmentos.

2. Implementação Brownfield (Infraestrutura Existente)

Em um ambiente Brownfield, o desafio reside na integração do ZTNA em sistemas legados e operacionais que foram concebidos sem os princípios de Zero Trust. A estratégia aqui é mais adaptável e faseada (phased and adaptable strategies) para mitigar interrupções operacionais.

A transição deve ser executada metodologicamente:

  • Avaliação e Priorização: Realizar uma avaliação abrangente do ambiente de segurança atual, incluindo controles de acesso e privilégios de usuário.
  • Foco no Risco Elevado: Identificar as áreas de maior risco, como aplicações críticas ou dados sensíveis, para iniciar a implementação do ZTNA.
  • Transição Gradual e Adaptável: O objetivo é a transição gradual para o ZT, identificando vulnerabilidades e reforçando a segurança sem comprometer as operações em curso. Isso pode envolver o uso inicial de microsegmentação em modo de monitoramento antes da imposição total (enforcement) para entender os fluxos de tráfego e evitar a interrupção de sistemas legados.

Em ambos os cenários, a manutenção de políticas consistentes e a automação da resposta a ameaças (Automated Response and Orchestration) são importantes para o sucesso da arquitetura de acesso remoto. Ao assumir a premissa de violação presumida (Assume Breach), e ao aplicar continuamente políticas granulares por meio de SASE/SSE, as organizações podem evoluir de um modelo focado em perímetro para uma postura de segurança dinâmica e resiliente.

Concluindo…

A mudança para modelos de acesso baseados em SASE e SSE não é apenas uma tendência tecnológica, mas uma necessidade operacional ditada pela dispersão de usuários, dados e aplicações. A arquitetura de acesso remoto, embasada na tríade Explicit Verification, Least-Privilege Access e Assume Breach, e implementada através de estratégias de microsegmentação (base de ZTNA), garante que o acesso, seja ele em uma implantação Greenfield ou uma transição Brownfield, seja sempre autenticado, autorizado e continuamente monitorado. A capacidade de aplicar políticas de forma uniforme, independentemente da localização do usuário ou do recurso, transforma a arquitetura de acesso remoto em um componente habilitador de segurança, e não apenas um mecanismo de conectividade.

Referência

Zero Trust in Resilient Cloud and Network Architectures – Josh Halley, Dhrumil Prajapati, Ariel Leza, Vinay Saini – Cisco Press 2025

https://arubanetworking.hpe.com/techdocs/VSG/docs/125-remote-worker-design/esp-rw-000-design/

O Free Space Path Loss (FSPL) em Projetos de Wi-Fi

Quando realizamos um Site Survey ou planejamos a cobertura de uma rede Wi-Fi, é comum focarmos excessivamente nos obstáculos: paredes de alvenaria, concreto, vidro, elevadores ou estantes metálicas. No entanto, o maior “consumidor” de sinal em qualquer rede sem fio não é uma parede, mas sim a própria distância.

O Free Space Path Loss (FSPL), ou Perda de Caminho no Espaço Livre, é um conceito importante no dimensionamento de redes sem fio e entender por que a banda de 6 GHz tem alcance natural menor que a de 2.4 GHz.

O FSPL não é uma atenuação causada pela atmosfera ou absorção pelo ar (que é negligenciável em distâncias de Wi-Fi). Trata-se da dispersão geométrica da energia.

Imagine o sinal saindo da antena omnidirecional do AP como uma esfera que cresce constantemente. A mesma quantidade de energia que saiu da antena precisa cobrir o espalhamento da superfície dessa esfera. Quanto maior a esfera (ou seja, quanto maior a distância), mais “espalhada” e fraca essa energia fica em um ponto específico.

Antes mesmo de o sinal encontrar a primeira parede, ele já perdeu a maior parte de sua potência apenas viajando pelo ar.

A Matemática na Prática de Campo

Embora a fórmula completa envolva logaritmos e constantes, para o dia a dia de campo, o comportamento do FSPL segue a Lei do Quadrado Inverso (inverse square law), importante para estimativas rápidas:

A Regra dos 6 dB: Em espaço livre, cada vez que você dobra a distância entre o transmissor e o receptor, o sinal sofre uma perda adicional de aproximadamente 6 dB.

Por exemplo, se a 2 metros do AP você mede -40 dBm, a 4 metros você medirá teoricamente -46 dBm (assumindo visada direta). Essa queda é acentuada nos primeiros metros e torna-se mais gradual a longas distâncias, mas a perda é constante e cumulativa.

O Impacto da Frequência: 2.4 GHz vs. 5 GHz vs. 6 GHz

Aqui reside um dos pontos mais importantes para o design de redes modernas. A fórmula do FSPL demonstra que a perda aumenta conforme a frequência sobe.

Matematicamente, isso ocorre porque antenas receptoras (como as de um smartphone) capturam menos energia em frequências mais altas devido ao menor comprimento de onda. O resultado é que, para percorrer a mesma distância, o sinal de 5 GHz ou 6 GHz chega mais fraco ao receptor do que um sinal de 2.4 GHz.

Disclaimer: é claro que temos inúmeras vantagens em utilizar as frequências de 5GHz e 6GHz ao invés de 2.4GHz, mas isso é assunto para outro post.

Aplicação no Design de Redes (WLAN)

Como esse conceito altera a forma como projetamos redes?

Densidade de APs: Como projetamos redes priorizando 5 GHz e, cada vez mais, 6 GHz, as células de cobertura são naturalmente menores devido ao maior FSPL dessas frequências. Isso exige uma densidade maior de APs para cobrir a mesma área física com níveis de sinal adequados para voz e video (ex: -65 dBm).

Ajuste de Potência (Tx Power): Tentar compensar o FSPL aumentando a potência do AP ao máximo geralmente é um erro. Embora ajude no downlink (AP para cliente), não ajuda no uplink (cliente para AP), pois o dispositivo móvel não tem potência para vencer o FSPL de volta. Isso cria problemas de assimetria.

Site Survey Preditivo: Softwares de simulação (como Ekahau ou Hamina) calculam o FSPL automaticamente. No entanto, é responsabilidade do técnico configurar as “paredes virtuais”, isto é, as atenuações corretamente. Se o software calcular apenas o FSPL sem considerar a atenuação das paredes reais e outros objetos, o projeto será otimista demais e falhará na prática.

Conclusão

O Free Space Path Loss é uma constante que define os limites teóricos de qualquer sistema de RF. Um design robusto começa aceitando as perdas do espaço livre e projetando a rede para operar com margens de SNR saudáveis, independentemente das variáveis ambientais adicionais.

Prompts de IA para configuração de Switches Aruba

A IA está transformando a forma como trabalhamos pode impulsionar nossa produtividade quando utilizada de forma eficaz. Nesse vídeo produzido pelo time HPE Networking são abordados os seguintes tópicos:

  • Aproveitar a IA como consultor e assistente para gerenciar, automatizar e solucionar problemas da sua rede;
  • Aplicar técnicas de engenharia de prompts para interações mais eficazes com IA;
  • Usar configurações baseadas em modelos para otimizar a implantação;
  • Realizar pesquisas rápidas e inteligentes em documentação técnica;
  • Solucionar problemas de rede simples e complexos com a assistência da IA;
  • Gerar scripts em Python dinamicamente com IA;
  • Comunicar-se com a IA por meio de chamadas REST API para automação avançada.

Switches Aruba CX – ARC (Application Recognition and Control )

O Application Recognition and Control (ARC) é uma funcionalidade recente nos switches da linha CX, onde os equipamentos realizam Deep Packet Inspection (DPI) do tráfego de usuários.

Essa funcionalidade é especialmente útil para administradores que precisam de políticas avançadas de priorização, bloqueio ou monitoramento de tráfego, garantindo desempenho e segurança em ambientes corporativos.

Com o ARC, é possível analisar padrões de tráfego mesmo em fluxos criptografados, oferecendo importantes para otimização de rede. A integração com o Aruba Central simplifica o gerenciamento, permitindo que as políticas sejam aplicadas de forma centralizada e escalável.

Os benefícios do ARC integrado ao Aruba Central incluem visibilidade completa em camada 7 de mais de 3.700 aplicações e categorias, permitindo a análise detalhada de versões TLS, datas de expiração de certificados e estatísticas de conexão. Além disso, possibilita a aplicação de políticas baseadas em aplicativos, integração com IPFIX para exportar estatísticas de fluxo a coletores externos, e oferece um resumo das principais categorias de aplicativos em uso. O recurso de “time travel” também permite visualizar o tráfego de aplicações em datas e horários específicos, facilitando análises retrospectivas.

Para utilizar o ARC, é necessário validar se o modelo do Switch e o firmware é compativel com a funcionalidade, assim como uma conta no Aruba Central configurada como coletor IPFIX e uma assinatura Foundational ativa (assumindo assume que o switch CX já está adicionado ao Aruba Central, possui uma licença válida e está configurado com conectividade básica, sendo gerenciado totalmente pela plataforma).

Atualmente, esse recurso está disponível nas famílias 6200, 6300 e 6400, permitindo maior controle e visibilidade sobre as aplicações em rede.

Verifique aqui: HPE Aruba Networking Switch Feature Navigator

Configuração

A funcionalidade ARC utiliza DPI (Deep Packet Inspection) para identificar aplicações de rede, fornecendo visibilidade e estatísticas detalhadas ao administrador. O mecanismo de DPI opera em cada placa de linha nos switches da série 6400 ou em cada membro do stack nos modelos 6300, analisando os primeiros pacotes de um fluxo TCP/UDP para reconhecer a aplicação. Embora o IPFIX não seja obrigatório para o reconhecimento de aplicações, ele é necessário para reportar estatísticas de fluxo ao administrador. Portanto, o IPFIX deve estar habilitado, pois é responsável por exportar essas informações para um coletor interno ou externo.

O Traffic Insight (TI) atua como um coletor IPFIX interno, monitorando dados recebidos de exportadores de fluxo como o IPFIX. Ele consegue rastrear múltiplas requisições simultaneamente, exibindo os dados na WebUI do switch e disponibilizando essas informações via APIs, que são utilizadas pelo Aruba Central. Vale destacar que o IPFIX é um padrão aberto, compatível com diversos fabricantes de rede, e seu formato é praticamente idêntico ao NetFlow, exceto por alguns campos adicionais.

Antes de iniciar a configuração, é necessário desativar dois recursos: o “IP Source Lockdown” (que previne spoofing de endereço IP por porta) e o “IP Source Lockdown Resource Extended” (que estende dinamicamente os recursos de hardware do IP Source Lockdown). Além disso, para utilizar a visibilidade de aplicações, basta uma assinatura Foundational do Aruba Central nos switches. No entanto, o controle de aplicações (incluindo geração de tags de cliente e criação de políticas) exige uma assinatura Advance.

Existem dois modos de operação: o modo padrão (default) e o modo rápido (fast). A principal diferença entre eles está na quantidade de pacotes necessários para identificar as aplicações. Enquanto o modo padrão analisa cerca de 6 pacotes, o modo rápido requer apenas aproximadamente 2 pacotes, permitindo uma identificação 50 milissegundos mais rápida.

É importante observar que, no modo rápido, algumas informações não são capturadas, diferentemente do modo padrão. Isso inclui atributos TLS, códigos de motivo DNS e URLs. Portanto, a escolha entre os modos deve considerar a necessidade entre velocidade de detecção e a profundidade dos dados coletados.

O ARC pode ser habilitado tanto por porta quanto por função (role). Veja abaixo a configuração necessária para ativar o ARC em nível de porta em switches da série 6300. Observação: não é recomendável habilitá-lo em portas de uplink.

Ao utilizar o modo rápido (Fast mode), o sistema identifica o nome da aplicação, sua categoria e descrição, porém com limitações na coleta de metadados.

no ip source-lockdown resource-extended
!
flow-tracking
           enable
!
app-recognition
          enable
         mode fast
!
interface 1/1/4-1/1/5
         description clients-ports
         no shutdown
         no routing
        app-recognition enable
exit

Referências

https://arubanetworking.hpe.com/techdocs/AOS-CX/10.13/HTML/security_6200-6300-6400/Content/Chp_App_Rec/arc_config_task.htm

O que é RoCE (Remote Direct Memory Access over Converged Ethernet)?

O RDMA, ou Acesso Remoto Direto à Memória, é uma tecnologia que permite que um computador acesse diretamente a memória de outro computador em uma rede, sem envolver o sistema operacional ou a CPU do computador de destino. Pense nisso como uma “conexão direta” entre as memórias de dois sistemas.

O segredo do RDMA está em desviar o caminho tradicional de processamento de dados na rede. Em vez de os dados passarem pela pilha de rede do sistema operacional (que envolve cópias de dados entre o espaço do usuário e o espaço do kernel, interrupções da CPU, etc.), o RDMA permite que a placa de rede (NIC) com capacidade RDMA (também conhecida como RNIC – RDMA NIC) execute a transferência de dados diretamente para a memória do aplicativo no host remoto.

A tecnologia RoCE (RDMA over Converged Ethernet) é um protocolo de rede que permite o Acesso Remoto Direto à Memória (RDMA) através de redes Ethernet.

Quais aplicações que fazem o melhor uso do RDMA?

As aplicações que exigem baixa latência, alta vazão e baixa utilização da CPU para a comunicação de rede demandam funcionalidades como o RDMA, muito útil em cenários onde grandes volumes de dados precisam ser movidos rapidamente entre servidores ou entre dispositivos, como GPUs e adaptadores de rede:

  1. Computação de Alto Desempenho (HPC – High Performance Computing):
    • Simulações Científicas: Experimentos que simulam fenômenos complexos, como mudanças climáticas, interações moleculares ou física de partículas, exigem um poder de processamento distribuído entre várias CPUs e GPUs. O RDMA acelera a comunicação entre esses nós, tornando as simulações mais rápidas e eficientes.
    • Clusters de Supercomputadores: Em ambientes de cluster, onde milhares de processadores trabalham em conjunto. O RDMA permite que os dados sejam transferidos diretamente entre as memórias dos nós, evitando gargalos e otimizando o desempenho geral do cluster.
  2. Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML):
    • Treinamento de Redes Neurais: Modelos de IA, especialmente redes neurais profundas, exigem a transferência de grandes quantidades de dados (como pesos e gradientes) entre GPUs e outros dispositivos durante o treinamento. O RDMA acelera essas transferências, tornando o treinamento e a execução dos modelos mais rápidos e eficientes.
    • Análise de Dados em Larga Escala: Aplicações de IA e ML frequentemente lidam com conjuntos de dados massivos. O RDMA facilita o acesso e a movimentação desses dados, permitindo análises mais rápidas e em tempo real.
  3. Armazenamento de Dados de Alta Performance:
    • Redes de Armazenamento (SANs e NAS): Soluções de armazenamento de alto desempenho, como NVMe over Fabrics (NVMe-oF), iSCSI Extensions for RDMA (iSER) e NFS over RDMA. Ele permite que os servidores acessem os dados diretamente na memória dos dispositivos de armazenamento, reduzindo a latência e aumentando a vazão.
    • Bancos de Dados In-Memory: Sistemas de banco de dados que mantêm os dados na memória para acesso ultrarrápido se beneficiam enormemente do RDMA, pois ele permite a replicação e o acesso rápido aos dados entre os nós do cluster.
  4. Virtualização e Infraestrutura Hiperconvergente (HCI):
    • Comunicação entre Máquinas Virtuais (VMs): Em ambientes virtualizados, o RDMA pode otimizar a comunicação entre VMs, especialmente quando elas precisam trocar grandes volumes de dados.
    • HCI: Soluções de infraestrutura hiperconvergente, que integram computação, armazenamento e rede em uma única plataforma, se beneficiam do RDMA para garantir alta vazão e baixa latência na comunicação interna, fundamental para o desempenho geral do sistema.
  5. Análise de Negócios (Business Analytics):
    • Aplicações que envolvem a análise de grandes volumes de dados para obter insights de negócios podem se beneficiar do RDMA para acelerar o processamento e a movimentação desses dados.
  6. Replicação de Dados e Continuidade de Negócios:
    • O RDMA pode ser usado para replicação de dados de curta distância, oferecendo uma alternativa mais econômica e eficiente para soluções de recuperação de desastres (DR) e continuidade de negócios, especialmente em ambientes Ethernet.

Em resumo, qualquer aplicação que seja sensível à latência e que exija a transferência de grandes volumes de dados entre sistemas se beneficiará significativamente do RDMA. A capacidade de descarregar o processamento da rede da CPU e mover dados diretamente entre as memórias dos dispositivos é o que torna o RDMA uma tecnologia tão valiosa nesses cenários.

Tecnologias para uso do RDMA em redes Ethernet Convergentes

Tradicionalmente, para enviar dados, as aplicações precisam passar pelo sistema operacional para empacotar o TCP/IP, e então pelos caches da memória principal e da placa de rede, antes de serem enviados. Esse processo introduz latência e consome recursos da CPU.

O RoCE (RDMA over Converged Ethernet), por sua vez, permite que as tarefas de envio e recebimento de pacotes sejam transferidas para a placa de rede (NIC), eliminando a necessidade de o sistema entrar no modo kernel, característico do protocolo TCP/IP. Isso reduz a sobrecarga associada à cópia, encapsulamento e desencapsulamento de dados, resultando em uma diminuição substancial na latência da comunicação Ethernet e minimizando a utilização de recursos da CPU durante a comunicação.

Vantagens do RoCE:

  • Alta performance: Proporciona acesso remoto à memória com alta largura de banda e baixa latência.
  • Suporte a RDMA: Permite a transferência direta de dados entre memórias sem envolver a CPU do host, o que reduz a sobrecarga de processamento e aumenta a eficiência.
  • Custo-benefício: Permite alcançar um desempenho similar ao InfiniBand (outra tecnologia RDMA de alta performance) em redes Ethernet existentes, que geralmente são mais acessíveis.
  • Compatibilidade: Funciona sobre a infraestrutura Ethernet, facilitando a integração em configurações de data center já existentes.

Versões do RoCE:

Existem duas versões principais do protocolo RoCE:

  • RoCE v1: É um protocolo da camada de enlace Ethernet, o que significa que a comunicação é limitada a hosts dentro do mesmo domínio de broadcast Ethernet.
  • RoCE v2: É um protocolo da camada de internet, o que permite que os pacotes RoCE v2 sejam roteados e possam viajar entre sub-redes. Ele opera sobre UDP/IPv4 ou UDP/IPv6.

Para que o RoCE funcione de forma otimizada, é importante que a rede Ethernet seja “lossless” (sem perdas), o que geralmente é configurado através de controle de fluxo Ethernet ou controle de fluxo de prioridade (PFC).

O RoCE é amplamente utilizado em cenários que exigem alta performance e baixa latência, como data centers, computação de alto desempenho (HPC), inteligência artificial (IA), aprendizado de máquina e redes de armazenamento.

Detalhando um pouco mais o RoCEv1 e RoCEv2

A distinção entre RoCEv1 e RoCEv2 reside na sua camada de operação e, consequentemente, na sua capacidade de roteamento.

O RoCEv1 é um protocolo que atua na Camada 2 da rede, a camada de enlace de dados. Isso significa que sua comunicação é restrita ao mesmo domínio de broadcast Ethernet, ou seja, a mesma VLAN ou sub-rede. Ele não possui a capacidade de ser roteado por dispositivos de Camada 3, como roteadores. Sua implantação é mais simples, mas sua flexibilidade é limitada a ambientes de rede mais planos ou a segmentos isolados.

Por outro lado, o RoCEv2 opera na Camada 3, a camada de rede. Ele encapsula os pacotes RDMA dentro de pacotes UDP e IP. Essa característica é a sua maior vantagem, pois permite que os pacotes RoCEv2 sejam roteados através de roteadores de Camada 3. Isso possibilita a comunicação RDMA entre diferentes sub-redes e até mesmo através de redes de longa distância, embora o desempenho em WANs possa ser afetado pela latência. O cabeçalho do pacote RoCEv2 é um pouco mais complexo, incluindo os cabeçalhos UDP e IP, além do cabeçalho InfiniBand, o que adiciona um pequeno overhead.

Em termos de flexibilidade e escalabilidade, o RoCEv1 é menos versátil, sendo mais adequado para clusters menores ou segmentos de rede isolados. Já o RoCEv2 é significativamente mais flexível e escalável, tornando-se a escolha preferencial para data centers modernos e ambientes de nuvem que demandam comunicação RDMA entre múltiplos segmentos de rede. A configuração de rede para o RoCEv2 é mais elaborada, pois envolve o endereçamento IP e o roteamento, além da necessidade de garantir uma rede sem perdas com PFC e ECN.

Na prática, o RoCEv2 é a versão predominante e a mais recomendada para novas implementações de RDMA sobre Ethernet, dada a sua capacidade de roteamento e a flexibilidade que oferece para construir redes de alto desempenho em larga escala. O RoCEv1 ainda pode ser encontrado em algumas configurações mais antigas ou em situações muito específicas onde a comunicação é estritamente local.

Como já explicado, o RoCE é uma tecnologia baseada em Ethernet. Sua primeira versão (v1) utiliza regras do InfiniBand (IB) na camada de rede, enquanto a segunda versão (v2) emprega UDP e IP, permitindo que os pacotes de dados sejam transmitidos por diferentes caminhos de rede. O RoCE pode ser visto como uma versão mais econômica do InfiniBand (IB), pois encapsula as informações do IB em pacotes Ethernet para transmissão e recepção.

Como o RoCEv2 pode utilizar equipamentos de comutação Ethernet comuns (embora exija suporte a tecnologias de controle de fluxo como PFC e ECN para lidar com problemas de congestionamento e perda de pacotes na Ethernet), ele tem aplicação mais ampla em empresas. No entanto, em condições convencionais, seu desempenho pode não ser tão bom quanto o do IB.

iWARP

iWARP (Internet Wide Area RDMA Protocol) é uma tecnologia que permite o Acesso Remoto Direto à Memória (RDMA) sobre redes Ethernet padrão, utilizando os protocolos TCP/IP. Diferente do RoCE, que requer uma rede Ethernet “lossless” e switches com configurações específicas para controle de fluxo (PFC/ECN), o iWARP é projetado para funcionar sobre a infraestrutura TCP/IP existente, o que o torna mais fácil de implantar em redes convencionais sem a necessidade de alterações significativas nos switches. Ele alcança o RDMA descarregando as operações TCP/IP para a placa de rede (NIC), permitindo que os dados sejam transferidos diretamente para a memória remota sem a intervenção da CPU do host, resultando em baixa latência e alta vazão, embora geralmente com um desempenho ligeiramente inferior ao RoCE em ambientes otimizados, devido à sobrecarga inerente ao TCP/IP.

O protocolo iWARP é baseado no TCP, um protocolo confiável e orientado a conexão. Isso significa que, na presença de problemas de rede (como perda de pacotes), o iWARP é mais confiável que o RoCEv2 e o InfiniBand (IB), especialmente em redes de grande escala. No entanto, estabelecer um grande número de conexões TCP pode consumir memória significativa, e os mecanismos complexos do TCP, como controle de fluxo, podem impactar o desempenho. Portanto, em termos de desempenho, o iWARP pode não ser tão eficiente quanto o RoCEv2 e o IB, que são baseados em UDP.

Consorcio UEC

O Consórcio UEC propõe substituir o ROCEv2 por um novo protocolo aberto baseado em UDP/IP, focado em redes de IA/ML e HPC. O protocolo substituto deve oferecer multipath, controle de congestionamento eficiente, escalabilidade e confiabilidade, exigindo mudanças em todas as camadas da pilha de rede. Detalhes estão no whitepaper do UEC, que compartilha ideias com trabalhos como o 1RMA Paper e o EDQS Paper. A expectativa é que novidades sobre a tecnologia do UltraEthernet Consortium sejam divulgadas no Open Compute Global Summit em outubro.

Atualmente, não há um padrão ROCEv3 em desenvolvimento, e as demandas de IA/ML, HPC e datacenters em nuvem podem exigir soluções distintas devido a diferenças em latência, throughput e topologias de rede. Embora haja a possibilidade de um padrão único e programável, a colaboração entre fóruns será essencial para evitar fragmentação. O processo de maturação de novos padrões é lento, envolvendo anos de desenvolvimento e testes, enquanto grandes players continuam a investir em soluções proprietárias no curto prazo.

Referências

https://www.naddod.com/blog/easily-understand-rdma-technology?

https://www.starwindsoftware.com/blog/rdma-a-deep-dive-into-remote-direct-memory-access/

https://www.techtarget.com/searchstorage/definition/Remote-Direct-Memory-Access

https://www.linkedin.com/pulse/rdma-networking-trends-rakesh-cheerla-izpuc/

Aruba AOS-CX Switch Simulator – EVE-NG – Deploment Guide

EVE-NG (Emulated Virtual Environment – Next Generation) é uma plataforma de virtualização usada para emular redes, dispositivos e sistemas operacionais, permitindo a criação de laboratórios complexos para testes e estudos em TI. Suportando uma variedade de imagens de dispositivos de rede (como Aruba, Cisco, Juniper, Fortinet e outros), o EVE-NG é amplamente utilizado por profissionais e estudantes para simular topologias de rede realistas sem a necessidade de hardware físico. Com uma interface web intuitiva, integração com ferramentas como Wireshark e capacidade de executar máquinas virtuais, o EVE-NG se destaca como uma solução eficiente para treinamento, certificações e desenvolvimento de projetos de redes.

A ferramenta esta disponível em versões Community (gratuita) e Professional (paga), a ferramenta é compatível com diversos hipervisores como VMware e KVM.

A Aruba desenvolveu um guia para implementação e testes dos Switches Aruba CX no EVE-NG no link abaixo: Microsoft Word – Aruba AOS-CX Simulator – EVE-NG Deploy NEW.docx

Até logo!

AOS-CX Switch Simulator – Lab Guides

A Aruba disponibiliza laboratórios guiados para a configuração dos Switches Aruba CX Estes documentos irão guiá-lo através de alguns cenários e tecnologias típicos de funcionalidades do AOS-CX. Sinta-se à vontade para baixá-los, implementá-los e depois fazer alterações, variações e melhorias:

Using the AOS-CX Switch Simulator – Lab Guides | AOS-CX Switch Simulator

Até a próxima!

Escolhendo o melhor Access Points Aruba para a sua Empresa

Você está pensando em como escolher o melhor Access Point para a sua empresa? Quer otimizar sua rede Wi-Fi com as tecnologias mais modernas, como Wi-Fi6, Wi-Fi6E e Wi-Fi7? Ou talvez precise de uma maneira eficaz de gerenciar sua rede WLAN de forma centralizada? Estas são dúvidas comuns quando o assunto é melhorar a conectividade no ambiente de trabalho. Ao longo deste artigo, você descobrirá como identificar as características essenciais ao selecionar um Access Point Aruba.

O que é um Access Point e por que sua empresa precisa de um?

Os Access Points são fundamentais para garantir uma boa conexão Wi-Fi em empresas. Eles permitem que dispositivos como celulares, laptops e tablets se conectem à rede sem precisar de cabos. Isso traz mais mobilidade e flexibilidade para o dia a dia das empresas.

Ter vários Access Points em um escritório pode fazer toda a diferença. Por exemplo, imagine um ambiente corporativo com diversos colaboradores. Somente um Access Point pode não ser suficiente para cobrir toda a área. Nesse caso, instalar vários Access Points ajuda a garantir que todos no escritório tenham acesso à internet sem interrupções. Isso é essencial para quem participa de videoconferências ou ferramentas de colaboração com outros colegas.

Além disso, empresas que utilizam dispositivos inteligentes, como câmeras de segurança ou sensores, também dependem de uma rede Wi-Fi eficiente. Um bom Access Point ajuda esses dispositivos a funcionarem corretamente, garantindo segurança e eficiência nas operações.

Um ponto importante ao escolher um Access Point é garantir que ele suporte vários dispositivos ao mesmo tempo, oferecendo uma conexão estável e segura. Tecnologias modernas como Wi-Fi6, Wi-Fi6E e Wi-Fi7 trazem melhorias significativas nesse aspecto.

Ferramentas como o Aruba Central, gestão centralizada em nuvem, ajudam no gerenciamento desses Access Points, facilitando o controle da rede e garantindo uma operação mais tranquila. Investir em um bom Access Point é, portanto, essencial para que sua empresa esteja preparada para os desafios tecnológicos de hoje e do futuro.

Entendendo as Tecnologias Wi-Fi: Wi-Fi6, Wi-Fi6E e Wi-Fi7

O Wi-Fi 6, Wi-Fi 6E e Wi-Fi 7 são versões mais recentes da tecnologia Wi-Fi, cada uma trazendo melhorias para deixar a internet sem fio mais rápida, estável e capaz de suportar muitos dispositivos ao mesmo tempo.

O Wi-Fi 6, lançado em 2019, foi um grande avanço em relação às gerações anteriores. Ele trouxe mais eficiência para redes com muitos aparelhos conectados. Além disso, ele aumentou a velocidade e reduziu problemas de interferência, especialmente em lugares com várias redes Wi-Fi próximas, como prédios e empresas ao entorno.

O Wi-Fi 6E, lançado em 2020, é uma evolução do Wi-Fi 6 que adicionou uma nova “faixa” de frequência, a de 6 GHz. Essa faixa é menos congestionada, o que significa menos interferência e mais estabilidade para a conexão. A velocidade máxima é a mesma do Wi-Fi 6, mas a experiência geral fica mais fluida por causa da menor competição por espaço na rede.

Já o Wi-Fi 7, lançado em 2024, é um salto ainda maior, oferece velocidades muito mais altas, suportando atividades que exigem muita banda, como realidade virtual, streaming em 8K e conexões simultâneas de dezenas de aparelhos. Uma das novidades é a capacidade de se conectar a várias faixas de frequência ao mesmo tempo, o que torna a conexão mais estável e rápida.

Um ponto de atenção é que os dispositivos clientes devem suportar os padrões citados para o melhor uso da tecnologia. Ao final, a escolha certa vai ajudar a manter sua empresa conectada e eficiente.

Como o Aruba Central pode facilitar a gestão da sua rede WLAN?

O Aruba Central é uma ferramenta SaaS para quem precisa gerenciar redes sem fio, ou WLAN, de forma prática e eficiente. Imagine poder controlar todos os seus Access Points de forma centralizada, via nuvem, sem complicações, sem controladora local. Isso significa que você pode gerenciar sua rede Wi-Fi de qualquer lugar, a qualquer hora.

Uma das vantagens mais bacanas do Aruba Central é sua capacidade de oferecer análises de desempenho em tempo real. Com ele, você pode visualizar como está a qualidade do sinal e a carga dos dispositivos conectados. Por exemplo, se você perceber que a conexão está lenta em uma sala de reuniões, pode ajustar a configuração para melhorar a cobertura ali. Isso ajuda a manter todo mundo conectado e feliz.

Além disso, o Aruba Central facilita a vida ao automatizar tarefas que costumam tomar tempo. Atualizações de firmware, por exemplo, podem ser feitas automaticamente. Isso garante que sua rede esteja sempre segura e com as funções mais recentes, sem que você precise se preocupar com isso a todo momento.

Outro ponto forte é o uso da Inteligência Artificial. Ela ajuda a prever e resolver problemas antes que eles afetem os usuários. Pense em receber alertas sobre congestionamento na rede antes que isso atrapalhe a navegação do pessoal, ou então problemas alimentação PoE que resultam em equipamentos reiniciando constantemente ou problemas de conectividade devido a problemas no fornecimento de endereços IP através do DHCP, etc. Assim, você pode agir rapidamente e melhorar a experiência de quem usa a rede Wi-Fi.

E não podemos esquecer dos dispositivos IoT, que estão cada vez mais presentes nas empresas. O Aruba Central permite configurar e gerenciar esses aparelhos de forma fácil e segura. Assim, sua rede estará sempre preparada para integrar inovações tecnológicas, sem dores de cabeça e com o perfil de conectividade aderente as políticas de segurança.

Usar o Aruba Central simplifica tarefas complexas e garante uma conexão estável e segura para todos, provendo integração com as principais soluções de Controle de Acesso de usuários a rede como o ClearPass entre outros.

Quais são as necessidades de conectividade para IoT na sua empresa?

Escolher um Access Point adequado é essencial para garantir que os dispositivos da sua empresa funcionem bem. Isso é ainda mais importante quando falamos de dispositivos do Internet das Coisas (IoT), como câmeras de segurança e sensores inteligentes. Esses aparelhos precisam de uma conexão estável e rápida para transmitir dados em tempo real. Por exemplo, uma câmera de segurança que não consegue enviar imagens claras porque a rede está sobrecarregada. Isso pode ser um problema sério.

Considere também quantos dispositivos estão conectados à sua rede ao mesmo tempo. Se você planeja ter muitos aparelhos IoT, precisa de um Access Point que suporte várias conexões simultâneas.

A cobertura da rede é outro fator importante. Os dispositivos IoT podem estar espalhados por todo o ambiente, e você precisa garantir que todos eles recebam sinal adequado. Um Access Point que oferece uma cobertura ampla é ideal, especialmente em locais grandes. Já pensou em como a organização física dos aparelhos pode afetar o sinal? Planejar a disposição dos Access Points pode fazer toda a diferença.

Não podemos esquecer da segurança. Dispositivos IoT estão sempre conectados e podem ser alvos de ataques cibernéticos. Escolher um modelo de Access Point com recursos de segurança robustos, como boa criptografia e autenticação, é essencial para proteger sua rede.

Em resumo, ao escolher um Access Point, considere as necessidades específicas de conectividade dos seus dispositivos IoT. Isso assegura que sua rede seja eficiente e segura. Pense no agora e no futuro, para que sua infraestrutura acompanhe as inovações tecnológicas.

Como avaliar a cobertura e capacidade da sua rede sem fio?

Uma boa cobertura e capacidade de dados na sua rede sem fio são essenciais para garantir que seus dispositivos estejam sempre conectados. Para isso, é importante seguir algumas dicas práticas.

  • Análise do local (site survey pré-instalação): Antes de instalar os Access Points, explore bem a área. Use ferramentas que mapeiam o sinal de Wi-Fi para localizar pontos com cobertura fraca e levantar a quantidade de Access Points necessários. Assim, você saberá exatamente onde posicionar os Access Points para ter a melhor cobertura.
  • Número de dispositivos: Pense em quantos dispositivos vão se conectar ao mesmo tempo. Muitas empresas têm laptops, smartphones e dispositivos IoT. Quanto mais dispositivos, maior deve ser a capacidade da sua rede. Escolha Access Points que suportem essa demanda sem comprometer a conexão e facilitem o roaming.
  • Atividades na rede: Se a equipe faz videoconferências ou transfere arquivos grandes, a rede precisa de mais largura de banda. A tecnologia Wi-Fi6 é uma boa opção, pois oferece conexões mais rápidas e estáveis.
  • Teste do sinal(site survey pós-implementação):: Depois de instalar os Access Points, faça testes de velocidade em diferentes locais assim como um site survey. Isso ajuda a confirmar se a cobertura está adequada e se os dispositivos estão se conectando corretamente e/ou sofrendo interferências da rede local ou redes sem fio externas.
  • Monitoramento contínuo: Use softwares como o Aruba Central para monitorar o desempenho da rede. Isso permite identificar e corrigir problemas de cobertura ou lentidão rapidamente.

Como escolher o modelo certo de Access Point Aruba?

Escolher o Access Point certo pode parecer complicado, mas não precisa ser. Vamos simplificar! Primeiro, pense no ambiente onde você vai instalar o equipamento. Em um escritório pequeno, um modelo compacto pode ser suficiente. Já em galpões ou espaços abertos, você vai precisar de um Access Point com maior alcance.


Tabela Comparativa: Access Points Aruba Indoor (com antenas internas)

ModeloWi-FiBandasMáx. Taxa de DadosMIMOPoECasos de Uso
505Wi-Fi 62.4 GHz + 5 GHz1.49 Gbps2×2 MU-MIMOPoE+ (802.3at)Escritórios, salas de aula
515Wi-Fi 62.4 GHz + 5 GHz2.69 Gbps4×4/2×2 MU-MIMOPoE+ (802.3at)Escritórios, ambientes de densidade moderada
535Wi-Fi 62.4 GHz + 5 GHz2.97 Gbps4×4 MU-MIMOPoE++ (802.3bt)Alta densidade (salas de reunião, campus)
555Wi-Fi 6E2.4/5/6 GHz5.37 Gbps4×4 MU-MIMOPoE++ (802.3bt)Ultra-densidade (Wi-Fi 6E, estádios)
615Wi-Fi 62.4/5/6 GHz3.6 Gbps2×2 MU-MIMOPoE+ (802.3at)Escritórios, Healthcare, varejo
635Wi-Fi 62.4/5/6 GHz3.9 Gbps2×2 MU-MIMOPoE++ (802.3bt)Campus, enterprise (alta eficiência)
655Wi-Fi 6E2.4/5/6 GHz7.8 Gbps4×4 MU-MIMOPoE++ (802.3bt)Wi-Fi 6E + alta densidade (arenas, auditorios)
735Wi-Fi 72.4/5/6 GHz9.3 Gbps2×2 MU-MIMO PoE++ (802.3bt)Escritórios, Missão crítica (alta performance)
755Wi-Fi 72.4/5/6 GHz + Sensor18.7 Gbps*4×4 MU-MIMO PoE++ (802.3bt)Enterprise avançado

Cada série de access points da Aruba é projetada para atender a diferentes necessidades de infraestrutura de rede, oferecendo escalabilidade, segurança e desempenho para diversos ambientes e aplicações.

Por último, o gerenciamento precisa ser fácil. Ferramentas como o Aruba Central ajudam a controlar tudo de um só lugar, tornando ajustes e manutenção muito mais simples.

Seguindo essas dicas, você escolhe o Access Point ideal e garante uma rede WLAN eficiente para o seu negócio. Assim, todo mundo fica conectado e feliz!

Conclusão: Escolha Informada para um Desempenho Ótimo

As tecnologias mais recentes, como Wi-Fi6, Wi-Fi6E e Wi-Fi7, podem transformar a experiência de conexão, especialmente em ambientes com muitos dispositivos. Isso significa menos interrupções e mais produtividade para sua equipe.

Um ponto extremamente importante é pensar na segurança: Como os usuários irão se conectar a rede sem fio? Permitiremos acesso a visitantes, dispositivos BYOD?

Com essas perguntas recomendo fortemente a implementação de uma solução de controle de acesso a rede (NAC), como o Aruba ClearPass por exemplo, em paralelo a implementação do Wi-Fi.

Lembre-se, escolher o Access Point certo pode fazer toda a diferença. Analise suas opções, explore o potencial do Aruba Central e garanta que sua empresa esteja sempre conectada. Continue buscando informação e aplicando essas dicas para aprimorar sua rede!

Como funciona o Aruba UXI (User Experience Insight)?

As equipes de TI vêm enfrentando inúmeros desafios na resolução de problemas e na experiência dos usuários com os sistemas e aplicações porque as redes estão ficando cada vez mais complexas, maiores, demandando mobilidade e alta disponibilidade. Além disso, há a falta profissionais capacitados e ferramentas para dar conta de tudo. Em razão disso a TI precisa de sistemas que mostrem tudo o que está acontecendo na rede e que permitam controlar tudo de um lugar só, para resolver os problemas de forma mais rápida e evitar que eles aconteçam de novo.

O Aruba User Experience Insight (UXI) é uma solução de monitoramento de experiência digital que oferece visibilidade do desempenho de rede e aplicativos sob a perspectiva do usuário final. Ele funciona através de hardware ou agentes de software que simulam a experiência do usuário, executando testes contínuos para monitorar o desempenho da rede e dos aplicativos.

O HPE Aruba Networking UXI consiste em um painel hospedado na nuvem e sensores implantados no local. Juntos, eles funcionam como seu técnico remoto. Os sensores UXI se conectam à sua rede como um usuário final e monitoram ativamente as conexões sem fio e com fio, fornecendo uma análise de desempenho detalhada da perspectiva da borda através de um painel UXI hospedado na nuvem altamente intuitivo.

Principais funcionalidades e como funcionam

Testes Sintéticos Contínuos:

Hardware ou Agentes de software instalados em dispositivos de usuário final, realizam testes simulando ações reais do usuário, como acessar sites, usar aplicativos e conectar-se à rede Wi-Fi.

Esses testes monitoram métricas como tempo de carregamento de páginas, latência de aplicativos e qualidade da conexão Wi-Fi.

Detecção e Triagem Automatizadas de Problemas:

Quando um problema é detectado, o UXI inicia um processo de triagem automática para identificar a causa raiz.

Utiliza inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina (ML) para analisar dados e correlacionar eventos, facilitando a identificação de problemas complexos.

Visibilidade:

O UXI oferece uma visão completa do desempenho da rede e dos aplicativos, desde a infraestrutura até a experiência do usuário final.

Permite monitorar redes Wi-Fi, redes com fio e aplicativos web, fornecendo dados detalhados sobre o desempenho em diferentes locais e dispositivos.

Alertas e Notificações:

O sistema gera alertas e notificações em tempo real quando problemas são detectados, permitindo que as equipes de TI ajam rapidamente.

Os alertas são priorizados com base no impacto na experiência do usuário, garantindo que os problemas mais críticos sejam resolvidos primeiro.

Análise e Relatórios:

O UXI fornece ferramentas de análise e relatórios que permitem às equipes de TI identificar tendências, solucionar problemas e otimizar o desempenho da rede.

Os relatórios podem ser personalizados para atender às necessidades específicas de cada organização, fornecendo informações valiosas para a tomada de decisões.

Principais funcionalidades

Aruba UXI (User Experience Insight) oferece uma série de ferramentas para monitorar e solucionar problemas de desempenho de rede e aplicações, focando na experiência do usuário final.

O UXI Path Analysis permite visualizar os caminhos que o tráfego de rede percorre, identificando gargalos e problemas de latência, tanto em redes locais quanto em conexões WAN.

Já o Web Application Testing realiza testes sintéticos para monitorar o desempenho de aplicações web, medindo tempos de carregamento e identificando problemas que afetam a experiência do usuário.

Para auxiliar na resolução de problemas, o UXI oferece ferramentas como detecção e alerta em tempo real, um painel de controle com visão geral do desempenho e funcionalidades de Root Cause Analysis, que utilizam inteligência artificial para identificar a causa raiz dos problemas, reduzindo o tempo de resolução.

A funcionalidade Navigate Performance Issues do Aruba UXI é essencial para a gestão proativa de redes e aplicações, permitindo que as equipes de TI identifiquem, diagnostiquem e resolvam problemas de desempenho de forma eficiente.

 Além disso, a Wi-Fi Visualization monitora o desempenho de redes Wi-Fi, fornecendo mapas de calor e gráficos para identificar áreas com problemas de cobertura ou desempenho, auxiliando na solução de problemas relacionados à conectividade sem fio.

E por último, a ferramenta já possui integração com o Aruba Central.

Espero ter ajudado.

A evolução dos ASICs e o impacto nas redes corporativas – Aruba Gen7 ASIC

A arquitetura Gen7 da HPE Aruba representa um avanço significativo no design de ASICs para redes, superando várias limitações das gerações anteriores. Diferente dos modelos tradicionais com pipelines fixos – que impõem restrições rígidas ao processamento de pacotes – esta nova abordagem introduz maior flexibilidade na manipulação de tráfego. A implementação de mecanismos como Virtual Output Queuing (VoQ) e alocação dinâmica de TCAM que permite um gerenciamento mais eficiente dos recursos de hardware, especialmente em cenários com tráfego heterogêneo.

Do ponto de vista técnico, a principal inovação está na capacidade de adaptação dinâmica. Um chip ASIC ou Circuito Integrado de Aplicação Específica é uma peça especial que é fabricada para executar apenas uma função específica e não pode ter seu funcionamento alterado posteriormente. Enquanto ASICs convencionais exigem reinicializações para reconfigurações profundas, o Gen7 possibilita ajustes em tempo real em parâmetros como QoS e ACLs. Essa característica se mostra particularmente relevante em ambientes com requisitos variáveis, onde a rigidez arquitetural tradicional frequentemente resulta em subutilização de recursos ou necessidade de overprovisioning.

A transição para arquiteturas mais flexíveis reflete uma mudança mais ampla nas demandas das infraestruturas de rede. Com a crescente diversificação de cargas de trabalho e a adoção de novas tecnologias, a capacidade de reconfiguração dinâmica tornou-se um requisito fundamental. Essa evolução não elimina completamente os desafios de projeto – ainda existem trade-offs entre flexibilidade e desempenho bruto – mas oferece um caminho mais sustentável para a evolução das redes corporativas.

O resultado disso é mais estabilidade, confiabilidade e melhor utilização dos recursos de hardware pelo software. Além disso, o Gen 7 inclui alta performance, incluindo VOQ (Virtual Output Queuing) – uma tecnologia que evita o head-of-line blocking e otimiza o fluxo de tráfego nos switches de rede. Esse recurso, comum em switches de data center, também está disponível no ambiente corporativo, como nos modelos CX 6400 e CX 6300.

Por fim, os ASICs oferecem programabilidade flexível, que dependendo do modelo de implantação, do caso de uso e do ambiente, é possível ajustar e programar dinamicamente o ASIC para atender às necessidades específicas.

https://www.linkedin.com/posts/yashnn_the-hpe-aruba-gen7-asic-offers-exceptional-activity-7181163826694746113-rdDW/