
Comware: Configuração de VLANs, Roteamento e STP para Switches


O Protocolo Spanning-Tree ( STP) foi desenvolvido para evitar que loops físicos interfiram no desempenho da rede. O protocolo consegue detectar onde estão os loops na rede bloqueando os caminhos redundantes.
“Quando um Switch recebe um broadcast, ele o repete em cada porta (exceto naquela em que foi recebido). Em um ambiente com loop, os broadcasts podem ser repetidos infinitamente” Gary A. Donahue , Network Warrior, O’Reilly, 2007, p59)
Em caso de caminhos redundantes sem a utilização do Spanning-Tree, o processo de encaminhamento de broadcast só será interrompido quando o loop for desfeito, com a remoção de cabos ou o desligando o equipamento. Em diversas situações, uma tempestade de broadcast “derruba” a comunicação da rede.
O Switch Root
A utilização do STP é geralmente imperceptível na grande maioria das redes devido ao fato da convergência ocorrer sem a necessidade de configurações adicionais. Todo Switch da LAN , recebe informações sobre os outros Switches da rede através da troca de mensagens chamadas de BPDUs (Bridge Protocol Data Units).
Ao tirarmos um Switch da caixa ( preferencialmente gerenciável) e colocarmos em nossa rede, haverá a comunicação com todos os Switches da rede para convergência com o novo dispositivo.
A partir das mensagens trocadas pelos Switches, é efetuada uma eleição para escolha de um Switch Raiz (Root) que será o responsável por alimentar a topologia da Rede pela geração de BPDUs e todos os Switches não-Raiz bloquearão as portas com caminhos redundantes para o Raiz.

Os BPDUs são encaminhados pelo Root a cada 2 segundos em todas as portas para garantir a estabilidade da rede; e então os BPDUs re-encaminhados pelos outros Switches.
As mensagens BPDU contêm informações suficientes para que os Switches elejam quais portas encaminharão os dados, baseando-se em custo do caminho, informações do Switch e informações da porta.
Obs: a porta em estado de Bloqueio continuará a ouvir os BPDUs pois em caso de perda de comunicação do enlace principal, a porta bloqueada estará pronta para encaminhar os quadros!
Elegendo o Switch Root
O primeiro processo para uma topologia livre de Loops utilizando o protocolo Spanning-Tree é a eleição do Switch Root. Vence a eleição o Switch quem possuir o menor Bridge ID.
O Bridge ID é composto dos campos Prioridade (Bridge Priority) e o endereço MAC do Switch. Por padrão a prioridade dos Switches é 32768 (o Switch com menor prioridade vence) e em caso de empate vence a eleição o Switch que possui o menor endereço MAC.

Após a eleição, se houver algum caminho redundante, o mesmo será bloqueado!

Escolhendo quem será o Root da rede
As melhores práticas sugerem configurarmos o Switch Core da rede como Root com o comando stp root primary pela posição privilegiada na rede, melhor arquitetura,processamento, etc. O comando nos Switches 3Com alterará a prioridade para o valor0 (zero) forçando o dispositivo a ser o Root.
Uma segunda maneira de alterar a prioridade Switch é utilizando o comando stp priority 4096 ( sempre escolha valores múltiplos de 4096)
Obs:Se houver mais de um Switch com a prioridade 0, vence a eleição quem possuir o menor endereço MAC.
Display STP
O comando display stp em Switches basedos no Comware, exibe informações como o valor do Bridge ID (Bridge priority e endereço MAC) do Switch e do Root, timers,etc. O comando display stp brief exibe o estado das portas na Topologia.
display stp -------[CIST Global Info][Mode STP]------- CIST Bridge :32768.000f-cbb8-6329 ! Lista a Prioridade do Switch como 32768 e o endereço MAC 000f-cbb8-6329 Bridge Times :Hello 2s MaxAge 20s FwDly 15s MaxHop 20 CIST Root/ERPC :0.000f-cbb8-8f55/ 20000 ! A linha exibe a prioridade do Switch Root da Topologia como 0 ! (zero nesse caso) e o endereço MAC 000f-cbb8-8f55 CIST RegRoot/IRPC :32768.000f-cbb8-63c0 / 0 CIST RootPortId :128.28 BPDU-Protection :disabled Bridge Config Digest Snooping :disabled TC or TCN received :7 Time since last TC :0 days 24h:20m:51s ! Contador exibindo a última vez que houve uma mudança na topologia STP
Fala Galera, tudo bom!?
Segue mais uma vídeo-aula produzida por nós, contendo dessa vez o assunto Roteamento entre VLANs utilizando Switches ou Roteadores, além de falarmos também sobre roteamento estático, Topologia, etc.. para equipamentos baseados no Comware (HP , 3Com e H3C) .
Ainda estou apanhando um pouco no formado das vídeo-aulas, mas espero que o vídeo seja útil.
A utilização de VLAN (Virtual Local Area Network) permite que uma rede física seja dividida em várias redes lógicas dentro de um Switch. A partir da utilização de VLANs, uma estação não é capaz de comunicar-se com estações que não são pertencentes a mesma VLAN (para isto, é necessário a utilização de uma sub-rede por VLAN e que o tráfego passe primeiro por um roteador para chegar a outra rede [ ou utilizando um Switch Multicamada para efetuar o Roteamento]).
Se não utilizássemos uma interface como Trunk e precisássemos passar o tráfego da VLAN para o outro Switch, seria necessário a passagem de um cabo de cada VLAN para o outro dispositivo, como no exemplo abaixo.

Como a maioria dos Switches possui entre 24 e 48 portas a solução ficaria inviável , inutilizando a maioria das portas para conexões entre os dispositivos.
O protocolo IEEE 802.1q permite utilizarmos apenas um cabo na comunicação entre os Switches, marcando cada Frame (quadro) com o ID de cada VLAN.

A marcação efetuada (chamada de TAG) adiciona aos quadros Ethernet 4 bytes no frame original e calculam um novo valor de checagem de erro para o campo FCS.

Dos valores contidos dentro do campo TAG o numero da VLAN é adicionado ao campo VLAN id permitindo a identificação da VLAN entre os Switches.
Uma observação relevante é a utilização do campo Priority (também dentro da TAG) para função de QoS em camada 2 para Ethernet, chamado de 802.1p ou CoS (Class of Services), permitindo a diferenciação de classes de serviços por Switches sem a necessidade de leitura do campo IP.

Já a comunicação entre computadores no mesmo Switch que pertencem a mesma VLAN não são “tagueadas” (untagged). Muitas placas de rede para PC’s e impressoras não são compativéis com o protocolo 802.1Q e ao receberem um frame tagged, não compreenderão o TAG de VLAN e descartarão a informação.
Os Switches que recebem na sua interface Trunk um frame com TAG, irão remover o campo e entregar o quadro ao destino sem a marcação.
A regra é bem simples para a maioria dos casos (salvo exceções):
Configuração
Para a maioria dos Switches H3C/3Com configure as portas como trunk da seguinte maneira:
interface GigabitEthernet 1/0/x ! acesso a interface GigabitEthernet port link-type trunk ! configuração da interface como trunk (frames encaminhados como tagged) port trunk permit vlan all ! configuração da porta permitindo todas as VLANs no trunk
Porta de acesso
interface GigabitEthernet 1/0/x ! acesso a interface GigabitEthernet port link-type access ! configuração da interface como acesso (frames encaminhados como untagged) port access vlan 2 ! configuração da porta na vlan 2
Para retornar a porta de alguma VLAN para a VLAN 1, digite o comando undo port access vlan dentro da interface física.
Obs: Por default os frames da VLAN 1 não são encaminhados com TAG dentro do Trunk.
Abraços a todos!!!
Neste tutorial completo, você aprenderá os comandos essenciais para dominar a configuração de seus equipamentos 3Com/HP. Desde os comandos básicos até os mais avançados, este vídeo te guiará passo a passo para otimizar sua rede.
O Kleber Coelho, enviou a dica abaixo na qual ele precisou mexer em uma configuração sensível no Switch HP 7510 que poderia gerar a perda da gerencia do equipamento.
Inicialmente ele salvou a configuração atual do Switch. Após isso, agendou o reboot para 10 minutos (em caso de perda da gerencia, o Switch reiniciaria e voltaria a ultima configuração salva), aplicou a configuração e após o sucesso dos comandos aplicados, ele cancelou o reboot.
A configuração do schedule reboot deverá ser feita no modo “user-view”
Segue o email do Kleber:
Diego, boa tarde, tudo bem?
Recentemente precisei bloquear da divulgação do OSPF um IP de gerência local em um HP-A7510.
Se for útil para você colocar no blog, sinta-se à vontade!# salvando a configuração atual save force # gatilho de reboot para garantir a recuperação, # caso dê algo errado e perca o acesso schedule reboot delay 10 # criar ACL com redes bloqueadas system acl number 2500 name Remove_BOGON_OSPF # rule deny source <IP> <Wildcard> rule deny source 192.168.255.0 0.0.0.255 rule permit # aplicar ACL na instancia OSPF ospf 1 filter-policy 2500 export # Se der algo errado e perder acesso, # basta esperar o equipamento reiniciar em 10 minutos. # Se tudo der certo, salve e remova o agendamento de reboot. save force quit quit undo schedule reboot
Agradeço ao Kleber pela dica enviada.
O XRN é uma tecnologia proprietária da 3Com que permite a diversos Switches de Camada 3 o comportamento de um único dispositivo de comutação lógico chamado Fabric.
O gerenciamento desses dispositivos aparecem na CLI (linha de comando) como um único dispositivo para informações e configuração de Camada 2 e Camada 3.
O XRN oferece ao Fabric alta disponibilidade e melhor performance para os Switches da pilha.


Configurando XRN via portas de UpLink em 2 Switches 5500-EI de 28 portas
Para evitarmos confusão chamaremos os Switches de A e Switch B.
A 3Com recomenda efetuarmos o empilhamento em Switches da mesma Familia e mesma versão de Sistema Operacional.
Switch A system-view fabric-port GigabitEthernet 1/0/25 enable # change unit-id 1 to 1 # set unit 1 name Switch1 # sysname Switch_Core # xrn-fabric authentication-mode simple senha Switch B system-view fabric-port GigabitEthernet 1/0/26 enable # change unit-id 1 to 2 # set unit 2 name Switch2 # sysname Switch_Core # xrn-fabric authentication-mode simple senha
Segue abaixo alguns commandos display
display xrn-fabric Fabric name is Switch_Core, system mode is L3. Unit Name Unit ID Switch1 1(*) Switch2 2 display xrn-fabric portGigabitEthernet1/0/25 Fabric peer: GigabitEthernet2/0/26 Fabric Status: Active Fabric mode: Auto-speed(1000M), Auto-duplex(Full) input: 22944 packets, 2089000 bytes, 0 input errors output: 26381 packets, 2572664 bytes, 0 output errors GigabitEthernet2/0/26 Fabric peer: GigabitEthernet1/0/25 Fabric Status: Active Fabric mode: Auto-speed(1000M), Auto-duplex(Full) input: 25903 packets, 2523607 bytes, 0 input errors output: 22676 packets, 2060448 bytes, 0 output errors
Verificação do Spanning-tree
É interessante verificarmos que mesmo com a existência da conexão física entre o Switch A pela porta Giga 1/0/25 e o Switch B com a porta Giga1/0/26 (no Fabric 2/0/26), as portas não são tratadas como uma conexão entre duas Bridges distintas, isto é, o cabo que interliga os dois Switches atua como um barramento “rudimentar” para comunicação e sincronização de informação entre os dois equipamentos.
Para testes, configuramos a VLAN 2 nas portas Ethernet 1/0/1 e Ethernet 2/0/1 e efetuamos o teste de PING com 2 máquina na mesma subrede. A Comunicação entre os dois hosts foi efetuado com sucesso. Com o comando display interface nas portas de empilhamento é possível visualizar o tipo da porta como stack e a comunicação de todas as VLANs configuradas no Fabric, mesmo sem configurarmos explicitamente as portas com permissão para todas as VLANs.
display interface g1/0/25 GigabitEthernet1/0/25 current state : UP IP Sending Frames' Format is PKTFMT_ETHNT_2, Hardware address is 001e-c1f0-b35b Media type is twisted pair, loopback not set Port hardware type is 1000_BASE_T_AN_SFP 1000Mbps-speed mode, full-duplex mode Link speed type is autonegotiation, link duplex type is autonegotiation Flow-control is not enabled The Maximum Frame Length is 1522 Broadcast MAX-ratio: 100% Unicast MAX-ratio: 100% Multicast MAX-ratio: 100% Allow jumbo frame to pass PVID: 1Mdi type: auto Port link-type: stack Tagged VLAN ID : all Untagged VLAN ID : none Last 300 seconds input: 0 packets/sec 49 bytes/sec Last 300 seconds output: 0 packets/sec 62 bytes/sec Input(total): 25839 packets, 2341344 bytes 89 broadcasts, 4565 multicasts, 0 pauses Input(normal): - packets, - bytes - broadcasts, - multicasts, - pauses Input: 0 input errors, 0 runts, 0 giants, - throttles, 0 CRC 0 frame, - overruns, 0 aborts, 0 ignored, - parity errors Output(total): 29543 packets, 2838020 bytes 582 broadcasts, 4622 multicasts, 0 pauses Output(normal): - packets, - bytes - broadcasts, - multicasts, - pauses Output: 0 output errors, - underruns, - buffer failures 0 aborts, 0 deferred, 0 collisions, 0 late collisions 0 lost carrier, - no carrier
Configuração final
# sysname Switch_Core # vlan 1 # vlan 2 # interface Ethernet1/0/1 port access vlan 2 # interface GigabitEthernet1/0/25 # fabric-port GigabitEthernet1/0/25 enable xrn-fabric authentication-mode simple 123456 # interface Ethernet2/0/1 port access vlan 2 # interface GigabitEthernet2/0/26 # fabric-port GigabitEthernet2/0/26 enable xrn-fabric authentication-mode simple 123456 # return [Switch_Core]
abração!
O Protocolo ARP é utilizado na comunicação entre dispositivos em uma Rede Ethernet da mesma Sub-rede com endereço IPv4. A principal função do ARP é a tradução de endereço IP em endereço MAC. O emissor encaminha em broadcast um pacote ARP contendo o endereço IP do outro host e espera uma resposta com um endereço MAC respectivo.
Após a resposta da resquição ARP, o mapeamento IP + MAC é armazenado em cache por alguns minutos. Se houver uma nova comunicação com o endereço IP mapeado na tabela ARP, o dispositivo deverá consultar o mapeamento em cache; e não encaminhará uma mensagem em Broadcast solicitando o endereço MAC. Após o timeout do endereço, uma nova consulta é encaminhada à rede.
Formato da mensagem ARP:


A principal vantagem do protocolo é a facilidade do mapeamento dinâmico de endereços de hardware (enlace) para endereços de rede (IP).
Para visualizar a tabela ARP dos Switches baseados no Comware digite: display arp
Type: S-Static D-Dynamic IP Address MAC Address VLAN ID Port Name / AL ID Aging Type 192.168.39.52 001b-b96d-2858 4 GigabitEthernet1/0/2 13 D 192.168.38.49 001f-d0fb-7e59 4 GigabitEthernet1/0/3 14 D 192.168.39.251 001b-b96d-1671 4 GigabitEthernet1/0/2 15 D
Obs: Lembrando que os dispositivos só exibirão a tabela ARP das sub-redes que pertencem!
No próximo post citarei algumas técnicas de proteção contra Ataques ao ARP.
Até a próxima!
Fala Galera, tudo bom!?
Segue mais uma videoaula sobre os principais comandos para administração e gerenciamento de Switches e Roteadores baseados no Comware (3Com/HP, H3C).
Abração